
“Construir instrumentos musicais e, em especial violões, é um processo delicado, meticuloso e sofisticado. É um caminho de aprendizado constante, de evolução e revelações. Quando me perguntam qual o melhor violão que eu já construí, respondo que será o próximo pois, sempre percebo que existe a possibilidade de melhorar. Isso porque a cada novo instrumento, novas técnicas e novos caminhos se revelam.
Um violão nunca é igual a um outro. Cada um tem sua própria sonoridade, sua personalidade, sua beleza plástica.
Os materiais são inúmeros. As madeiras podem ser diversas, novas ou envelhecidas e isso amplia muito as possibilidades de composição, de sonoridade e de suas revelações sonoras e estéticas.
A minha ligação com a marcenaria vem de longa data. A madeira sempre me inspirou. Já produzi brinquedos, móveis, telas, veleiro, mas nada disso se compara ao prazer de construir um instrumento musical.”
Alvaro Athayde, Luthier.

“Tem algo mágico na luthieria. Daquela atividade calma e constante, de lixar, serrar, colar, surge um objeto que tem voz própria, e personalidade.
É um exercício de escuta. O primeiro passo é decidir a madeira do tampo, seguido pelo fundo e laterais. Eles vão dizer qual será o violão que vai nascer, tudo que vem depois, a mão, a escala, a roseta, os frisos, são desdobramentos deste primeiro conjunto que é a alma do violão.
O tampo é sem dúvida a parte mais importante, pois ele é que vai definir a voz do instrumento. Para isso, se faz o leque harmônico como os olhos e ouvidos bem próximos a peça, batendo com os nós dos dedos na sua superfície a fim de achar o ponto ideal em que a madeira soa como um sino, e resiste na medida certa, sem deixar a vibração se sobrepor em ondas demasiada largas. Atingir este equilíbrio em que o tampo tem a resistência ideal, é o que vai fazer com que a madeira emita a nota mais limpa e brilhante.
Do tampo feito, se desdobram as decisões estéticas e sonoras que vão dar corpo ao instrumento, para no fim ele se revelar, como uma gravura quando é impressa, na nota que ele emite quando colocamos as cordas no violão que nasceu.”
Tiago L M Athayde, Luthier.
A OFICINA
VIOLÕES
Nossos violões não seguem a lógica industrial da reprodução em série. Cada um deles é elaborado, em sua composição, de forma única, não existindo assim modelos “A ou B” e sim produtos originais e personalizados.
VÍDEOS
DEPOIMENTOS
HISTÓRIA DO VIOLÃO

Uma casca de tartaruga fechada com couro de boi, tendo como cordas as tripas de um carneiro esticadas: assim era o antepassado mais remoto do violão na Grécia de 2000 a.C. Foi este rústico instrumento chamado chelys, que com o passar do tempo, transformou-se na lira, que por sua vez ganhou o nome de guitarra romana durante o império dos Césares. Esta versão do instrumento praticamente desapareceu com o declínio do império romano e ressurgiu posteriormente bem mais parecido com o violão atual na Arábia do século VIII, quando foi acrescentada a caixa de ressonância em forma de Pêra. Esse é o alaúde que com as invasões arábicas na península ibérica, acabou sendo adotada pelos europeus sob o nome de guitarra mourisca. Foram então os povos ibéricos que reduziram seu tamanho, alterando a caixa de ressonância para as dimensões atuais, e o rebatizaram de vihuela, a popular viola. Nessa época, entre o século X e XII, ela se distinguia do violão de hoje por ter vários furinhos entalhados na caixa de ressonância em vez de um único buraco.
Leia mais em: https://super.abril.com.br/cultura/onde-e-quando-surgiu-violao/
No Brasil temos a introdução da viola (instrumento de 10 ou 5 cordas duplas) trazido pelos portugueses durante o período colonial.
O Brasil cultivou sua própria safra de violonistas, podendo citar grandes nomes entre eles: Turíbio Santos, Joaquim dos Santos, Anibal Sardinha (Garoto), Américo Jacomino (Canhoto), Dilermano Reis, Baden Powell, Rosinha de Valença, Raphael Rabelo, Nicanor Teixeira, Egberto Gismonti, Yamandu Costa, João Gilberto, João Bosco, Marcos Pereira, Robson Miguel, Alexandre Moura, Paulo Bellinati, Luis Leite, Paulinho Nogueira, Dino Sete Cordas e muitos mais.
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